domingo, 2 de outubro de 2011

PABLO NERUDA


COTAPOS disse que teu sorriso tomba
como um falcão de alguma brusca torre
e, é verdade, atravessas a folhagem do mundo
com um só relâmpago de tua estirpe celeste

que cai, e corta, e saltam as línguas do orvalho,
as águas do diamante, a luz com suas abelhas
e ali onde vivia com sua barba o silêncio
rebentam as granadas do sol e as estrelas,

vem abaixo o céu com a noite sombria,
ardem à lua cheia, sinos e cravos,
e correm os cavalos dos talabarteiros,

porque tu sendo tão pequeninha como és,
do teu meteoro deixas cair o riso
eletrizando o nome da natureza.

(Extraído da Obra Cem Sonetos de Amor de Pablo Neruda; pg. 60)

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